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5 Gradientes de abundância O/H

Martin & Roy (1994 - doravante MR94) e Zaritsky, Kennicutt & Huchra (1994 - doravante ZKH94) apresentam o gradiente da abundância O/H para galáxias espirais, determinado através de observações de regiões HII. Martin & Roy concluem que galáxias barradas tendem a apresentar gradientes menos acentuados do que galáxias ordinárias. Também concluem que os gradientes tornam-se menos acentuados à medida que o comprimento normalizado ou a elipticidade aparente das barras aumenta (ver seção 2.4.4). Zaritsky, Kennicutt & Huchra encontram evidências de que a presença de uma barra induz a atenuação do gradiente.

Figure: Correlação entre os gradientes de cor e os gradientes de abundância O/H, utilizando os valores obtidos por MR94 (diagrama superior) e ZKH94 (diagrama inferior). Os quadrados indicam os gradientes em (B-V), enquanto que o sinal + indica aqueles em (U-B). No canto inferior direito de cada gráfico, barras de erro típicas estão desenhadas.
\begin{figure}\epsfysize =21cm
\centerline{\epsfbox{martin-2.eps}}\end{figure}

Em nossa amostra, temos 12 galáxias em comum com MR94 e 18 com ZKH94. Na Figura 2.14, exibimos nossos gradientes de cor em função dos gradientes de abundância de MR94 (diagrama superior) e de ZKH94 (diagrama inferior). Os quadrados indicam (B-V), enquanto que o sinal + indica (U-B). O primeiro fato a notar nesta figura é a ausência de uma clara correlação entre os gradientes fotométricos, tanto $G_{B-V}$ como $G_{U-B}$, e o gradiente da abundância O/H. É difícil acreditar que esta ausência de correlação seja devido a erros na estimativa dos gradientes fotométricos. Estes estão na faixa de 0.02 a 0.05, tipicamente, e se encontram indicados na Figura 2.14. Os erros nas estimativas do gradiente de abundância são mais problemáticos de serem avaliados, conforme se pode constatar pelo gradiente O/H de NGC 2997, bem distinto entre MR94 ($-$0.093 dex kpc$^{-1}$) e ZKH94 ($-$0.020 dex kpc$^{-1}$). Entretanto, raramente os erros no gradiente O/H são superiores a 0.02 dex kpc$^{-1}$ (ZKH94). Portanto, a alternativa que resta é a de que esta ausência de correlação é real. Entretanto, esta alternativa é muito interessante, porque, sendo o índice de cor sensível potencialmente a dois parâmetros, quais sejam, a idade e a metalicidade, esta ausência de correlação na Figura 2.14 indica que o gradiente fotométrico não está correlacionado com o gradiente de metalicidade. Portanto, a única alternativa que restaria para interpretar tal comportamento seria a de que o excesso de galáxias barradas com gradiente de cor nulo ou positivo, presente nas Figuras 2.6, 2.7 e 2.8, e Tabelas 2.1 e 2.2, reflete uma diferença no comportamento da idade média da população estelar ao longo de galáxias barradas e ordinárias.


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Dimitri Gadotti 2003-10-06