A Tabela A.1 exibe os valores dos índices de cor característicos de bojos e discos
das galáxias em nossa amostra, estimados através das equações (2.8) e (2.9), e corrigidos apropriadamente
(ver seção 2.3.1). Na Tabela 2.4, apresentamos os valores medianos destes índices.
As galáxias estão divididas em categorias, da mesma forma como foram nas
Tabelas 2.2 e 2.3. Logicamente, para as galáxias que apresentam gradientes nulos, não apresentamos os
índices de bojos e discos separadamente, já que são, de fato, apro-ximadamente iguais, mas um único
valor que se aplica ao longo de toda a galáxia.
Este valor foi tomado como sendo o índice de cor efetivo da galáxia, como apresentado no RC3.
Além disso, fizemos uma avaliação separada para aquelas galáxias vistas de face. Os dados referentes
a estas galáxias se encontram à direita na tabela. Os erros () em cada índice de cor estão
expressos entre parênteses, e foram calculados segundo a definição de erro padrão para uma amostra
de objetos com erros independentes, i.e.,
![]() |
(24) |
onde é o desvio padrão das medidas e
é o número de medidas.
Cor | Bojo | Disco | Cor | Bojo | Disco | |
Total | Face | |||||
G ![]() |
(B-V) | 0.34(0.03) | 0.53(0.04) | (B-V) | 0.36(0.03) | 0.55(0.05) |
-0.1 ![]() ![]() |
0.52(0.03) | 0.52(0.03) | 0.57(0.02) | 0.57(0.02) | ||
-0.05 ![]() ![]() |
0.51(0.04) | 0.51(0.04) | 0.52(0.03) | 0.52(0.03) | ||
G ![]() |
0.64(0.01) | 0.43(0.01) | 0.74(0.01) | 0.53(0.01) | ||
G ![]() |
(U-B) | -0.35(0.06) | -0.08(0.05) | (U-B) | -0.31(0.07) | 0.05(0.07) |
-0.1 ![]() ![]() |
-0.06(0.03) | -0.06(0.03) | -0.05(0.03) | -0.05(0.03) | ||
-0.05 ![]() ![]() |
-0.05(0.04) | -0.05(0.04) | -0.01(0.03) | -0.01(0.03) | ||
G ![]() |
0.19(0.02) | -0.14(0.01) | 0.24(0.03) | -0.05(0.02) |
![]() |
![]() |
Considerando somente as galáxias vistas de face (setor à direita na Tabela 2.4), percebe-se que o índice de cor das galáxias que apresentam gradientes nulos é aproximadamente igual ao índice de cor do disco das galáxias com o típico gradiente negativo. Mais ainda, o índice do disco permanece aproximadamente constante ao longo das três classes de gradientes, enquanto o bojo apresenta índices cada vez menores. Estes resultados se aplicam tanto a (B-V) quanto a (U-B). Isto significa que os discos das galáxias que apresentam diferentes comportamentos no gradiente, têm o mesmo índice de cor em comum.
Passando a analisar o comportamento dos índices de cor para toda a amostra (setor à esquerda na Tabela 2.4), vemos que o índice de cor das galáxias que apresentam gradientes nulos continua sendo aproximadamente igual ao índice de cor dos discos de galáxias com o raro gradiente positivo, tanto em (B-V) quanto em (U-B). Entretanto, o índice das galáxias com gradientes nulos assume valores mais intermediários entre os valores de bojo e disco das galáxias com o típico gradiente negativo, embora mais próximos dos índices dos discos. Mais uma vez, isto ocorre em ambas as cores. Como esta amostra pode estar mais afetada pela extinção intrínseca, devido à maior inclinação dos discos, não se pode descartar que seja esta a causa de tal comportamento.
A Figura 2.15 exibe os índices de cor característicos dos bojos em função dos índices dos discos para as galáxias com gradientes negativos (painéis superiores) e positivos (painéis inferiores). Nesta figura, os índices são aqueles determinados através da estimativa aproximada descrita na seção 2.3.1. Percebe-se claramente haver uma correlação entre ambos os parâmetros.
A Figura 2.16 é análoga à anterior. Neste caso, porém, os índices são aqueles determinados através das equações (2.8) e (2.9). Evidentemente, neste caso, a correlação entre os índices de bojos e discos surge naturalmente, uma vez que, subtraindo a equação (2.8) da (2.9), obtemos:
![]() |
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Assim, a estreita correlação apresentada nesta última figura indica, tão somente, que as galáxias apresentam gradientes semelhantes, dentro de cada categoria de gradiente. Deste ponto de vista, é interessante observar que, se bojo e disco estivessem passando por processos de evolução não correlacionados, então deveríamos observar uma maior variação no valor do gradiente. Portanto, o fato do gradiente ser aproximadamente o mesmo indica uma clara correlação evolutiva entre estas duas componentes.