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2 Índices de cor

Mais uma vez, vamos separar a discussão dos resultados relativos aos índices de cor, analisando primeiramente somente os resultados referentes às galáxias vistas de face, para depois passar aos resultados obtidos quando toda a amostra é considerada.

Temos, em nossa amostra, 124 galáxias vistas de face com o gradiente em (B-V) determinado, o que corresponde a 52% do total. Em relação ao gradiente (U-B), temos 104 galáxias, ou 51% do total de galáxias com o gradiente (U-B) determinado. Avaliando somente as galáxias vistas de face, podemos verificar, através da Tabela 2.4, que a cor das galáxias com gradientes nulos é bastante similar à cor dos discos das galáxias com gradientes negativos, tanto em (B-V), quanto em (U-B). Esse comportamento corrobora o cenário de evolução secular, já que indica que é o bojo que se azula na atenuação dos gradientes de cor, e não o disco que se avermelha. Portanto, é material do disco que é coletado para as regiões centrais na atenuação dos gradientes de cor. De fato, outro resultado importante que pode ser extraído da Tabela 2.4 é o de que a cor do disco se mantém constante nas três categorias de gradientes, mas o bojo torna-se cada vez mais azul, quando se parte das galáxias com gradientes negativos para as com gradientes nulos e para as com gradientes positivos. Considerando-se toda a amostra, os resultados não são tão significativos, já que o índice das galáxias com gradientes nulos assume valores mais intermediários entre os valores de bojo e disco das galáxias com o típico gradiente negativo, embora mais próximos dos índices dos discos. Este comportamento está certamente ligado ao fato de as correções por inclinação nas cores de galáxias espirais, como a que aplicamos neste trabalho (seção 2.3.1), serem por demais incertas. Portanto, é muito mais confiável utilizar os resultados referentes às galáxias vistas de face somente.

Na Figura 2.15, mostramos que as cores de bojos e discos se correlacionam, resultado que já foi obtido por Peletier & Balcells (1996) para os índices (U-R), (B-R), (R-K) e (J-K), porém para uma amostra de galáxias muito menor (somente 30 objetos). Esses autores concluem que, assumindo que as metalicidades em bojos e discos sejam idênticas, então as diferenças entre as idades estelares nestas componentes não pode ser maior do que 30%, o que é compatível com o cenário de evolução secular.


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Dimitri Gadotti 2003-10-06