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4 Resultados

A Tabela A.2 exibe os resultados da decomposição bojo/disco para as 39 galáxias de nossa sub-amostra. Como já foi dito, um dos objetivos deste estudo é o de verificar se existe uma correlação entre os gradientes de cor e as razões bojo/disco. Verificamos que não há qualquer correlação entre as razões bojo/disco e os gradientes de cor. Uma possível explicação para a ausência dessa correlação em nossos dados pode vir do problema relacionado à saturação das imagens do DSS na região central da galáxias. O estudo que realizamos na próxima seção, comparando os resultados da decomposição bojo/disco em imagens do DSS e em imagens CCD, mostra que a saturação central nas imagens DSS afeta substancialmente os perfis de brilho das galáxias e, evidentemente, os perfis de bojos e discos. Veremos que o índice de Sérsic e os parâmetros característicos dos perfis dos discos são muito perturbados por esse problema. No entanto, veremos também que o raio efetivo do bojo é um parâmetro que pode ser determinado com certa confiabilidade através das imagens do DSS, e resulta em uma análise mais acurada.

Figure: A correlação entre os raios efetivos de bojos e os raios característicos de discos.
\begin{figure}
\epsfysize =20cm
\centerline{\epsfbox{bd7.eps}}
\end{figure}

Figure: Parâmetros característicos dos perfis dos bojos em função dos gradientes de cor.
\begin{figure}
\epsfysize =20cm
\centerline{\epsfbox{bd1.eps}}
\end{figure}

Com a intenção de verificar o comportamento apontado por de Jong (1996b) e por Courteau, de Jong & Broeils (1996), de que existe uma correlação entre as escalas de comprimento de bojos e discos em galáxias espirais, comparamos os raios efetivos dos bojos e os raios característicos dos discos que determinamos para as galáxias de nossa sub-amostra (Figura 3.2). Nesta figura, podemos ver que existe uma ligeira correlação, quando se considera toda a sub-amostra, i.e., T = 3, 4 e 5. Vemos que a correlação me-lhora substancialmente ao considerarmos somente as galáxias Sb's (T = 3), e que não há correlação para o restante das galáxias (T = 4 e T = 5). A correlação apresentada nos trabalhos citados acima também apresenta uma elevada dispersão, de modo que a correlação que apresentamos aqui pode ser considerada como uma confirmação desse resultado. Na Figura 3.3, mostramos os parâmetros característicos dos perfis dos bojos em função dos gradientes de cor das galáxias. Os painéis superiores se referem ao brilho superficial efetivo na banda V em magnitudes por segundo de arco ao quadrado, e os painéis inferiores dizem respeito ao raio efetivo em segundos de arco. Vemos que existe uma fraca correlação, com elevada dispersão, ou seja, uma leve tendência, de as galáxias com gradientes nulos ou positivos apresentarem bojos com uma concentração central de luz elevada (i.e., um valor reduzido para o brilho superficial efetivo) tanto em (B-V) quanto em (U-B). Apesar dos problemas já apontados, relativos à determinação do brilho superficial efetivo do bojo em imagens do DSS, essa leve tendência pode estar indicando que os efeitos de evolução secular, ao atenuar os gradientes de cor, contribuem também para que a distribuição de massa (e, portanto, luminosidade) no bojo seja mais concentrada. Além disso, vemos, nos painéis inferiores da Figura 3.3, que também há uma leve tendência de as galáxias com gradientes nulos ou positivos apresentarem bojos maiores. Também procuramos outras correlações possíveis entre os parâmetros adquiridos na decomposição bojo/disco e os gradientes de cor, bem como, com os índices de cor de bojos e discos. No entanto, nenhum resultado significativo pareceu-nos digno de nota.
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Dimitri Gadotti 2003-10-06